Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, natural de Palmeira e residente em Ponta Grossa.
Contar
histórias de família é sempre divertido e nos remete às boas lembranças, em que
pese, estas eu não vivi, me contaram. Minha mãe, Sirley e sua irmã Carmen, ou
Quita, como era mais conhecida, casaram-se no mesmo dia, na mesma cidade, em
diferentes igrejas, e, óbvio, com diferentes noivos.
Sirley
com Mário e Carmen com Ary. Pelas informações obtidas, foi em julho de 1958. A
minha mãe na Igreja do Cristianismo Decidido, que ainda hoje está na rua
Riachuelo, quase na Balduíno, porém já não a capela em madeira da época. Minha
tia na tradicional Igreja São José.
A
primeira celebração foi feita pelo pastor, com a presença dos convidados e dos
noivos que celebrariam logo após, inclusive devidamente aparamentados para sua
cerimônia. Findas as primeiras bodas, todos os convidados dirigem-se em
caravana, juntamente com ambos os casais, ao templo católico e o padre assume
os ritos.
Todos
os convivas foram recepcionados no Clube Recreativo Dante Alighieri para um
delicioso almoço ao som da orquestra do maestro José Maria Perez, que já
preenchia o ambiente com sua música antes mesmo da chegada dos noivos.
Os
dois sogros de meu lado da família, meus avós, eram músicos. Pai de minha mãe,
Max Oberst, músico profissional, pianista, tocava em diversos ambientes ponta-grossenses,
inclusive em alguns cabarés. Já o pai de meu pai, Francisco Pavelec, o vô
França, era baixo-tuba na Tupynambá Jazz Band, depois na Banda Velhos Camaradas
e marceneiro. Dá para imaginar como foi essa comemoração.
Mas
as curiosidades não acabam. Segundo consta, o padre, que não vem ao caso
precisar quem era, não queria celebrar o casamento da minha tia, pois a mesma
não era batizada na igreja Católica. O irmão das noivas, como bom gaúcho, não deixou
por menos, ameaçou o padre com um revólver. O que é contado, que durante a
cerimônia, meu tio garantiu a “bênção” com uma mão no coração e a outra no cabo
da arma. Se o clérigo não se esperta, seria dele o funeral.
Bem,
o fato é que ambos os casamentos não “duraram até que a morte os separe”. Em
pouco tempo, 7 ou 8 anos, minha tia e o Ary se divorciaram, e, após uns 20 anos
de casados, meus pais também.
Cá
com meus botões penso: será que não foi por maldição do Padre?