segunda-feira, 31 de julho de 2023

Dois casamentos e um quase funeral

Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, natural de Palmeira e residente em Ponta Grossa.

Postado no Portal aRede em 01/08/2023 e no Blog Luciana Pombo em 02/08/2023.

Contar histórias de família é sempre divertido e nos remete às boas lembranças, em que pese, estas eu não vivi, me contaram. Minha mãe, Sirley e sua irmã Carmen, ou Quita, como era mais conhecida, casaram-se no mesmo dia, na mesma cidade, em diferentes igrejas, e, óbvio, com diferentes noivos.

Sirley com Mário e Carmen com Ary. Pelas informações obtidas, foi em julho de 1958. A minha mãe na Igreja do Cristianismo Decidido, que ainda hoje está na rua Riachuelo, quase na Balduíno, porém já não a capela em madeira da época. Minha tia na tradicional Igreja São José.

A primeira celebração foi feita pelo pastor, com a presença dos convidados e dos noivos que celebrariam logo após, inclusive devidamente aparamentados para sua cerimônia. Findas as primeiras bodas, todos os convidados dirigem-se em caravana, juntamente com ambos os casais, ao templo católico e o padre assume os ritos.

Todos os convivas foram recepcionados no Clube Recreativo Dante Alighieri para um delicioso almoço ao som da orquestra do maestro José Maria Perez, que já preenchia o ambiente com sua música antes mesmo da chegada dos noivos.

Os dois sogros de meu lado da família, meus avós, eram músicos. Pai de minha mãe, Max Oberst, músico profissional, pianista, tocava em diversos ambientes ponta-grossenses, inclusive em alguns cabarés. Já o pai de meu pai, Francisco Pavelec, o vô França, era baixo-tuba na Tupynambá Jazz Band, depois na Banda Velhos Camaradas e marceneiro. Dá para imaginar como foi essa comemoração.

Mas as curiosidades não acabam. Segundo consta, o padre, que não vem ao caso precisar quem era, não queria celebrar o casamento da minha tia, pois a mesma não era batizada na igreja Católica. O irmão das noivas, como bom gaúcho, não deixou por menos, ameaçou o padre com um revólver. O que é contado, que durante a cerimônia, meu tio garantiu a “bênção” com uma mão no coração e a outra no cabo da arma. Se o clérigo não se esperta, seria dele o funeral.

Bem, o fato é que ambos os casamentos não “duraram até que a morte os separe”. Em pouco tempo, 7 ou 8 anos, minha tia e o Ary se divorciaram, e, após uns 20 anos de casados, meus pais também.

Cá com meus botões penso: será que não foi por maldição do Padre?

6 comentários:

  1. kkkk E vai que o padre praguejou os noivos mesmo!!!

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  2. História verídica

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  3. O fato, depois de acontecido, é engraçado, mas durante o evento deve ter sido muito tenso. Já imaginou se o gaúcho concretiza sua ameaça?

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  4. Verdade. Creio que o Padre não estava nem um pouco feliz em proferir esta bênção!

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