Texto de autoria de Camila Pasetto Kiapuchinski, bacharel em Serviço Social, empresária na área de alimentos, residente em Ponta Grossa.
Parque Estadual de Vila
Velha, excelente opção para o final de semana. Contato com o bioma da Mata Atlântica
e com os famosos arenitos esculpidos pela natureza.
Mas pasmem, mesmo diante
de tantas belezas, a primeira lembrança que me vem em mente não remete a sua
grandiosidade, tampouco com a infeliz possibilidade da época, de subir nos
arenitos. Minha principal memória deste parque se refere aos temíveis,
carnívoros, farejadores, ladrões de comida. Os quatis.
Em minha primeira visita ao
parque, há mais de 20 anos, era permitido fazer piquenique no local. Eu estava
muito animada com o passeio da escola primária. Carregava de forma zelosa minha
lancheira, contendo o precioso lanche de datas especiais: uma lata de
refrigerante e um pacote de bolacha recheada.
Eis que me sento em uma
mureta para saborear o momento (sim, o lanche era o ponto alto do passeio).
Deixo a bolacha ao lado, para sentir o aguar de minha boca sendo tocado pela
doçura dos gases daquela lata.
Já pensando na crocância
que seguiria, me voltei para pegar o pacote. Ele estava a centímetros, porém,
sob posse de um quati e logo atrás dele havia muitos outros como ele, sedentos
pela comida dos humanos.
Levantei assustadíssima,
sem a chance de recuperar ao menos a lata, saqueada na sequência. Fiquei sem
lanche e passei o resto da tarde com medo de um ataque feroz, exigindo mais
daquilo que me arrancaram minutos antes.
Este ano voltei ao
parque. Fui com receio, confesso, mas me surpreendi com todas as mudanças. No
que se refere à comida, é proibido entrar com alimentos e/ou bebidas em
qualquer tipo de embalagem, exceto em casos de famílias com bebês e pessoas com
dietas restritivas; alimentar-se e consumir bebidas alcoólicas nas trilhas;
jogar lixo ou restos de comida no chão e sobretudo alimentar os animais. O
descumprimento destas e demais regras te coloca sob pena de multa.
E o reencontro com os
bichinhos? Este não aconteceu. Pela estrutura e cuidados atuais, creio que
estavam na mata se alimentando do que a natureza a eles provê. Estavam em
segurança.
Contudo, tive a
oportunidade de construir uma nova lembrança do local. Meu filho, seguindo pela
trilha, olhando a mata, habitat dos quatis, dizendo: “Uau, como a natureza é
linda!”
Parabéns pela classificação, Camila! Lendo seu relato senti o drama de uma criança que teve o ponto alto da visita ao parque frustrado por um quati que a deixou sem o lanche. Que bom que agora eles não molestam mais os visitantes.
ResponderExcluirObrigada por sua leitura Sueli. Ainda bem né? Um alívio saber que a realidade mudou.
ExcluirParabéns, Camila. Tenho lembranças bem peculiares dos arenitos também. Leia a crônica "Deixados para trás" do ano passado. Vila Velha tem suas histórias.
ResponderExcluirSe tem histórias né... vou procurar a sua. Obrigada pela leitura Mário.
ExcluirMário Pavelec
ResponderExcluirOI QUERIDA SUELI.. vc sempre nos surpreende em seus textos, porque vc busca a singularidade para nos encantar. NUnca me encontrei com um quati, mas qdo for à Vila velha não vou levar bolachas rsrs
ResponderExcluirOlá, Anônimo. Creio que você comentou sobre as duas crônicas selecionadas no mesmo comentário . De minha parte, muito obrigada.
ExcluirObrigada pela sua leitura!
ExcluirAs lembranças, assustadoras ou não, são os tesouros de nossas vivências. Parabéns pelo texto, e pelas novas lembranças.
ResponderExcluirRosicler.. obrigada pela leitura! Realmente as lembranças são nossos tesouros. Forte abraço
ExcluirDesculpe, ficou como anônimo meu comentário anterior.
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