Texto de autoria de João Alfredo Amatnecks Filho, graduado em Português/Inglês e Direito pela UEPG, professor na rede pública e residente em Ponta Grossa.
As primeiras manifestações de arte em Ponta Grossa
foram os circos. Um deles, o Circo Zanchettini, preserva sua tradição desde o
ano em que foi fundado, em 1964, no Paraná.
Tivemos circos mambembes, ou seja, conjunto teatral ambulante
pobre, formado por atores amadores, que percorre cidades do interior. Em Ponta
Grossa, o mais famoso foi o Circo do Nhô Bastião, que gostava de ficar no
centro do picadeiro com um pedaço de fumo em rolo, cortando para colocar na palha
e balançando esse pedaço de fumo, olhando para as mulheres de forma maliciosa.
Era sucesso garantido e foi astro do pequeno circo
por muitos anos. Isso foi nas décadas de 50/60. Infelizmente, pouco o vi. Ao que assisti nessa época foram as famosas
lutas, os catchs que aconteciam
debaixo das lonas circenses. Baseada na personagem Monga, que aparecia nas
feiras e pequenos circos, tivemos uma lutadora chamada “Mulher Gorila”.
Ela era grande, forte e lutava com os homens. Lembro
das lutas onde o vilão ficava provocando todos e, de repente, alguém da plateia
subia ao ringue e ganhava a luta, numa série alternada de apanha, bate e assim
por diante.
Esse gênero passou a fazer tanto sucesso que, com o
advento da televisão, passou a ser atração dos sábados com o nome de tele-catch, criado pela extinta TV
Excelsior.
Além do circo, o teatro sempre foi muito prestigiado
em Ponta Grossa. Hoje temos o Teatro Municipal Álvaro Augusto Cunha Rocha (Cine
Teatro Pax - Proex), Cine Teatro Ópera (centro da cidade), Teatro Marista (no
Colégio Marista).
Nosso principal teatro recebeu o nome do Professor
Álvaro Augusto da Cunha Rocha, o primeiro reitor da Universidade Estadual de
Ponta Grossa (UEPG), que criou essa Universidade pela fusão de cinco faculdades
já existentes e participou da criação do Festival Nacional de Teatro, o FENATA.
Muitos nomes expressivos na cultura princesinha,
como Bruno Enei, Faris Michaele e Álvaro Rocha, tornaram nossa cidade um centro
de cultura,
Muito me orgulha ser ponta-grossense, ter nascido
aqui – e pretendo aqui morrer –, ter estudado na Escola de Aplicação, no
Regente Feijó e na UEPG, nos cursos de Direito e Letras.
👏👏👏👏👏
ResponderExcluirJayme Amatnecks
ExcluirCrônica culturalmente riquíssima!!! Parabéns!!!
ResponderExcluirNão sei se cheguei a conhecer esse circo Nhô Bastião, que ainda é comentado. Eu apreciava mais aqueles galpões de peças teatrais, instalados onde hoje fica a Servtintas. Conheceu? No antigo Cine Teatro Pax, em Oficinas, assisti a muitas sessões de cinema, e às apresentações de bandas locais, nas tardes de domingo. Legais essas lembranças.
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