Texto de autoria de Sílvia Maria Derbli Schafranski, advogada e Mestre em Ciências Sociais pela UEPG, residente em Ponta Grossa.
No coração da pequena
Colônia Castrolanda, encravada no interior do Paraná, ergue-se majestoso o
imponente moinho de vento, um dos símbolos mais marcantes da região.
Elevam-se as grandes pás
giratórias e estrutura de madeira robusta. Não apenas um marco histórico, é
também um ponto de referência para moradores e visitantes.
Naquela tarde
ensolarada, enquanto o movimento turístico se intensificava, algo incomum
acontecia. Entre os turistas tirando fotos e os moradores aproveitando o dia de
folga, uma figura se esgueirava pelas sombras, tentando passar despercebida.
Era Ariel, um jovem
inquieto em busca de um momento de paz e introspecção. Envolto pelo ruído da
cidade e as conversas animadas dos visitantes, seus pensamentos pareciam
barulhentos demais: – O moinho, erguido como um guardião solene na vastidão da
paisagem, é mais do que uma estrutura de madeira que desafia o vento. Ele é um
símbolo poderoso, um eco sussurrante da jornada humana através das estações da
vida, pensou.
Em meio aos seus
pensamentos, ouviu um guia gritar: – Vejam senhores esse moinho, com sua
capacidade de transformar o vento em energia, nos ensina a arte da adaptação.
Assim como ele ajusta as velas para aproveitar ao máximo cada rajada, nós
também aprendemos a ajustar nossas velas da alma, navegando com coragem e
sabedoria através das mudanças que a vida nos impõe.
Ariel imediatamente
pensou: – À medida que as estações passam e os anos fluem como rios sinuosos, o
moinho permanece como um farol silencioso de esperança e renovação. Ele nos
lembra que, mesmo em momentos sombrios, há sempre a promessa de uma nova
aurora, um novo começo esperando para nascer.
Enquanto o sol se punha
lentamente, Ariel finalmente emergiu do moinho, renovado e revitalizado. Ao
sair, trouxe consigo um pouco da calma e da serenidade que encontrara naquele
lugar tão especial.
Quando contemplou o
moinho, viu não apenas uma estrutura de madeira, mas o reflexo da própria
jornada. Metaforicamente se imaginou como suas pás, girando, impulsionado pela
força dos ventos da mudança. Descobriu que cada revés, cada desafio, é apenas
mais uma oportunidade de crescer, de aprender, e sedimentar verdadeiros
valores.
Para Ariel, o moinho se
tornou um símbolo de resiliência. Entendeu que somos capazes de transformar as
tempestades em calmarias, assim como o moinho converte o vento em energia.
E assim seguiu seu
caminho, com propósito de voar alto e livre, como as pás de um moinho, em
direção aos sonhos mais audaciosos.
Em nossos tempos, duros e hostis, a resiliência é uma ferramenta indispensável para o equilíbrio mental. Lindíssima esta crônica!
ResponderExcluirSuper obrigada!
ExcluirO ser humano, na efervescência da vida, de um cotidiano ruidoso, necessita de momentos de paz, de silêncio e de introspecção para reequilibrar-se física e mentalmente. Perfeita analogia com o moinho.
ResponderExcluirObrigada Sueli.
ExcluirQue linda analogia: as pás são as asas para um voo interior! Confesso que o título estava me levando para outras paragens, relembrando de Dom Quixote!
ResponderExcluirObrigada Rosicler
ExcluirSempre que penso em moinho me ocorre a metáfora do tempo que destrói tudo, apreciei essa reimaginação, com seu viés mais positivo, obrigado pelo texto.
ResponderExcluirObrigada Murilo
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