Texto de autoria de Nery Aparecido Assunção, escritor, historiador, funcionário da Prefeitura de Tibagi, diretor do Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior.
As bandas do interior hoje
estão raras, poucas cidades ainda mantêm a arte da musicalidade tão antiga (!).
Geralmente, as bandas eram formadas por músicos que herdavam o talento de seus
ancestrais, em épocas passadas com uma média de 14 músicos, que tocavam em seus
belos coretos.
O uniforme dos músicos era
terno, sempre destacando o maestro com uma indumentária diferente. Para o início
da musicalidade, o aprendiz teria que estudar a famosa cartilha Bona, além do
estudo sobre a teoria musical, pautas ou pentagramas!
O sonhado instrumento, que seja de palheta,
bocal ou percussão, compartilhando as primeiras notas musicais era uma alegria,
geralmente acompanhada na tentativa de tirar uma música de ouvido. Pasmem vocês
a emoção de tocar junto de músicos tarimbados, olha a pausa (!!!). Tocar em
retretas, inaugurações de obras realizadas pelos prefeitos, no repertório o
Hino Nacional, que elevem as bandeiras!!!
Tocar
na saída da missa dominical, executando belos dobrados, valsas, sambas com
sustenidos e bemóis, com o público sempre a observar quem estava tocando
determinado instrumento. Nas alvoradas festivas, o silêncio da manhã na cidade
era quebrado por um dobrado, vai ter quermesse no povoado, alguém gritava: La vem a metalama!
Bandas
musicais são verdadeiros tesouros, quebra cabeça onde cada melodia é executada
com seus acordes. Mas com a tecnologia de hoje, os músicos ainda querem tocar
na banda? Uma pausa pelo caminho (...).
Na
pandemia da covid, as bandas se reuniam por meio de vídeo, olha aí a tecnologia
ajudando, onde formava o clipe do trecho musical de cada executante. O som do bombardino, melodia do saxofone, na
marcação do baixo tuba, trinado do clarinete e flautim, calibre grosso dos
trombones, o pulmão da banda nos trompetes, enfim, deixar de bater o prato num
compasso seria como cair os braços do regente, que o diga o maestro Cleverson
Assunção (!).
Desçam
a avenida, quero ver o desfile da banda de Tibagi tocando dobrado e marchando, ouvir o som do
bombardino! O saudoso Doutor Zezito e Alencar Santos (Nozinho) falavam essa
frase: “Uma cidade sem banda é como se fosse um jardim sem flores!”
Aproveitando o embalo da banda, e o Carnaval de Tibagi, vai acabar?
ResponderExcluirFiquei triste por não ter sido realizado este ano.
Eu gosto de banda. Mas fico arrepiada com aquelas bandas marciais que tiram um ribombar surdo e pesado que faz estremecer o solo. Minhas filhas foram balizas do Sagrado Coração, e às vezes participavam de concursos de bandas pelo Paraná e até em outros estados, e eu sempre acompanhava. Com essas de coreto não me familiarizei. Mas acredito que deviam fazer muito sucesso. Parabéns!
ResponderExcluirQue bela crônica! Quantas memórias hein?! ALFREDO MOURÃO
ResponderExcluirParabéns, Nery. "Escutei" deliciosamente o texto!!!
ResponderExcluirBelas recordações...
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