Texto de autoria de
Fábio Antonio Gasparelo, Professor de Língua Portuguesa, São João do Triunfo.
Publicado no Portal aRede em 26/02/2020.
Publicado no Portal aRede em 26/02/2020.
Parecia
ser apenas a emoção da expectativa de uma semana que antecedia mais uma Copa do
Mundo em nossas vidas. Mas a manhã de 8 de junho, mês do padroeiro de nossa
cidade, reservava um dos capítulos mais tristes dos 124 anos de nossa história.
Quando vi pela primeira vez a imagem
dos estragos, veio a lembrança de um menino que aos cinco anos, no início dos
anos 80, tinha assistido a um filme muito parecido. Ao lado de meu filho,
coincidentemente com a mesma idade que eu tinha na época, revi fatos e imagens
que imaginava nunca mais observar.
É estranho como uma tragédia como
esta desperta os mais diferentes sentimentos no ser humano. Primeiro, o da
angústia, quando não se tinham passado duas horas da queda da cabeceira da
ponte e várias pessoas já faziam filas no posto de combustível e outras corriam
ao supermercado para garantir o estoque de água potável para o tempo do
“isolamento” necessário.
Depois, vem o sentimento da dor, ao
vermos pessoas saindo de suas casas, sofrendo, desesperadas por não saberem o
que lhes sobraria quando o pesadelo passasse e as águas baixassem.
Por último, surge o sentimento que
une os indivíduos depois da dor e do choque: a solidariedade. E foi aí que
entendi o verdadeiro significado de uma frase do livro “A culpa é das estrelas”,
do escritor John Green, em que ele fala pela boca de um de seus personagens que
“o problema da dor é que ela precisa ser sentida”. Quando sentimos a dor do outro, quando vemos
que não há classe social, ideologia política ou status social que seja capaz de
fazer-nos sentir a dor de forma diferente de nosso semelhante é que percebemos
que só a ajuda mútua, o companheirismo e a solidariedade permitem que a
existência neste mundo seja realmente válida.
Fica a esperança de que não precisemos
“sentir” a dor, de que não precisemos de tragédias repetidas para enfim
enxergarmos que o mundo necessita cada vez mais de atitudes de respeito e de
amor ao próximo, de gestos de solidariedade e de muita união!
Ainda bem que temos a solidariedade! Espero que possamos aprender a ser solidários sem precisarmos de tragédias antes.
ResponderExcluirAcabei de ler o texto, professor, Fábio. É m
ResponderExcluiruito bom! Parabéns e continue escrevendo....