Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa.
Vila Velha, Mariquinha, Cânion do São Jorge, Cânion do Guartelá, Buraco
do Padre, sem mencionar ainda a imensa variedade de temas que os Campos Gerais
e a Escarpa Devoniana nos presenteiam.
Poderíamos passar mais de horas
elencando estas belezas que nos são próximas e que nos permitem uma deliciosa
contemplação, interação e convivência. Mas, além das questões meramente
paisagísticas, a Escarpa Devoniana nos transmite muito mais riquezas.
Ao pesquisar no “Dr. Google” sobre a
Escarpa, choquei-me ao ler que a “Escarpa Devoniana são nada mais que montanhas
de arenito. A partir de processos industriais, pode se transformar essa rocha
em areia de boa qualidade.” Não tenho a mínima ideia de quem escreveu este
texto, que por si só não mente, porém, além de não refletir minimamente a
maravilha que é a Escarpa, gera uma sensação de desprezo e desapreço a esta
maravilha.
São cerca de 400 milhões de anos de história impressos no arenito, ainda nem viramos
a primeira página. Produção de água de qualidade ímpar, além de nos permitir
áreas de produção agrícola férteis e uma interação com a Floresta de
Araucárias, um bioma inigualável e importantíssimo para nossa região.
Toda a vegetação característica dos Campos
Gerais, que também nos identifica perante o mundo, além dos aspectos geográficos
e a riqueza, justamente são oriundos do Período Devoniano, onde um raso e
imenso oceano tomava conta de nossa região. Depositou não somente areia, mas
nutrientes, criou reservas de calcário, e dá origem a um aquífero que nos
abastece e presenteia o Paraná com um de seus maiores e mais lindos cursos de
água, o Rio Tibagi.
Somos o maior produtor de feijão do
planeta, um dos maiores produtores de soja e milho do país, além da bacia
leiteira e produção de carne suína. Os Campos Gerais e a Escarpa Devoniana são
inseparáveis e, caso este casamento seja rompido, perderemos nosso futuro.
A vento, as águas, o transporte desta
areia, que, ao longo destes quase 400 milhões
de anos, moldaram nossa Escarpa Devoniana e hoje estão sob a égide de uma APA
(Área de Proteção Ambiental). Precisamos de que os estudos sejam muito mais
aprofundados, a preservação muito mais séria, para que sua importância seja
visualizada além das “montanhas de areia”.
A Escarpa Devoniana merece também
muita poesia e muita literatura, muitos contos e muitas crônicas, cultura que
cimenta a paisagem e sua importância para a existência humana.
Um texto MAIS DO QUE belo, pois externa verdades importantíssimas para nossa região e para o Planeta. Precisamos insistir nessas "belezas" intrínsecas, que tornam nossa Vila Velha e os demais atrativos naturais MAIS DO QUE AREIA e MAIS DO QUE ATRATIVOS, para que o consumismo e a ganância não façam deles qualquer coisa MENOS valiosa do que dinheiro no banco. São belezas geradoras de vida. (Rosicler Antoniácomi)
ResponderExcluirGrato Rosicler!
ExcluirNão consigo mais me identificar, como antes. Mudou alguma coisa que me escapou. (Rosicler)
ResponderExcluir"Escarpou devonianamente"?
Excluirhehehehe!
At.te
Já disse aqui antes (em alguma crônica do Projeto), mas, não me canso de repetir: Sou apaixonado pelas belezas naturais do nosso lindo e queridos Campos Gerais.
ResponderExcluirE essa sua crônica Mário Pavelec, me fez suspirar - Obrigado por esse suspiro na alma.
At.te
Grato Antonio. Sabe que, lendo novamente, também me emocionei.
ExcluirQue interessante Mário! Fiquei imaginando e viajando mentalmente com esta crônica! Parabéns pelo relato desta região! (Ivane)
ResponderExcluirGrato pelo carinho Ivane.
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