Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa.
A minha família já foi duas vezes ao Parque Estadual do
Guartelá. Ele fica entre as cidades de Castro e Tibagi. A segunda vez que nós
viajamos até lá foi a convite do Danilo (meu irmão camarada) e ele nos guiou na
viagem. Na primeira vez que fomos para o Guartelá a viagem foi tranquila, fácil
de achar a rota a seguir. Mas, a segunda viagem foi mais difícil, pois,
decorridos alguns anos da primeira, o pai não lembrava mais como se chegava ao
destino turístico.
Fomos. Ainda lembrávamos do visual do parque da primeira
viagem: natureza e ar puro, árvores num espaço amplo (o Canyon Guartelá é o sexto
maior do mundo). Algumas esculturas aqui e ali na grama, a réplica de um
templo, com colunas gregas.
Depois da rodovia, pegamos mais dez minutos numa estrada
de chão. E logo ali: a comunhão com a natureza! Aprazível e recompensadora!
A volta àquele lugar foi desafiadora. Ao fim do asfalto o
caminho que antes nós tínhamos encontrado calmo (quer dizer, eu não me lembro
bem se a poeira já estava lá na primeira viagem por causa do tempo que passou),
agora era uma estrada poeirenta, com direito a muitos solavancos. O pó marrom
subia com a passagem dos carros, era muito difícil vencer aquele desafio e ver
os automóveis que vinham na direção contrária. Comparável a um rali, como o
Danilo disse. Era também custoso ver o seu carro nos guiando alguns metros à
frente.
Superado o problema da cortina de poeira, nos
reencontramos com aquela paisagem fantástica. Passeamos pelo cenário natural
até ver, não muito longe, as esculturas em meio ao parque. Paramos para ler os
totens ao lado delas, explicando o motivo ou o significado de cada monumento.
Quando ficamos cansados de andar por lá, nós sentamos num
banco que achamos junto a uma mesa de cimento (típica de parques estaduais e
recantos). Uma fila de casinhas do tipo quiosque. Escolhemos um e comemos ali
um pão com mortadela. De sobremesa, mimosa. Terminamos a fruta, deixamos as
cascas na mesa e a natureza nos brindou com uma bela imagem: uma borboleta pousou
numa das cascas e começou a sugar-lhe o suquinho... O inseto ficou ali uns dez
minutos concentrado na sua tarefa e eu maravilhado com aquela visão no fim de
uma tarde de domingo nos Campos Gerais.
O Parque Estadual do Guartelá é um paraíso. O difícil é
chegar lá.
Dalton, que privilégio, hein, poder fazer essas "aventuras" uma vez ou outra... O Guartelá, como você bem expôs, é uma escolha de passeio fantástico. E a poeira nada mais é que um contraste, um inofensivo ritual, que faz parte do pacote a que faz jus o visitante. Na rota dos tesouros, segundo consta as lendas, KKK, sempre haverá algum obstáculo ou trastorno...
ResponderExcluirParabéns Dalto! Eu sempre quis fazer esse passeio. Está na minha lista do que fazer depois da pandemia. Seu texto deu ainda mais vontade de conhecer o Parque Guartelá. Uma narrativa com gostinho de aventura e a sua sensibilidade de mostrar a beleza nas pequenas coisas. Abraços
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