segunda-feira, 7 de junho de 2021

Domingo no parque

Texto de autoria de Dalton Paulo Kossoski, auxiliar de bibliotecário e contador de histórias na Biblioteca Municipal de Ponta Grossa.

Publicado no Correio Carambeiense em 12/06/2021 e no Diário dos Campos em 05/10/2022, postado no Portal aRede em 30/06/2021.

A minha família já foi duas vezes ao Parque Estadual do Guartelá. Ele fica entre as cidades de Castro e Tibagi. A segunda vez que nós viajamos até lá foi a convite do Danilo (meu irmão camarada) e ele nos guiou na viagem. Na primeira vez que fomos para o Guartelá a viagem foi tranquila, fácil de achar a rota a seguir. Mas, a segunda viagem foi mais difícil, pois, decorridos alguns anos da primeira, o pai não lembrava mais como se chegava ao destino turístico.

Fomos. Ainda lembrávamos do visual do parque da primeira viagem: natureza e ar puro, árvores num espaço amplo (o Canyon Guartelá é o sexto maior do mundo). Algumas esculturas aqui e ali na grama, a réplica de um templo, com colunas gregas.

Depois da rodovia, pegamos mais dez minutos numa estrada de chão. E logo ali: a comunhão com a natureza! Aprazível e recompensadora!

A volta àquele lugar foi desafiadora. Ao fim do asfalto o caminho que antes nós tínhamos encontrado calmo (quer dizer, eu não me lembro bem se a poeira já estava lá na primeira viagem por causa do tempo que passou), agora era uma estrada poeirenta, com direito a muitos solavancos. O pó marrom subia com a passagem dos carros, era muito difícil vencer aquele desafio e ver os automóveis que vinham na direção contrária. Comparável a um rali, como o Danilo disse. Era também custoso ver o seu carro nos guiando alguns metros à frente.

Superado o problema da cortina de poeira, nos reencontramos com aquela paisagem fantástica. Passeamos pelo cenário natural até ver, não muito longe, as esculturas em meio ao parque. Paramos para ler os totens ao lado delas, explicando o motivo ou o significado de cada monumento.

Quando ficamos cansados de andar por lá, nós sentamos num banco que achamos junto a uma mesa de cimento (típica de parques estaduais e recantos). Uma fila de casinhas do tipo quiosque. Escolhemos um e comemos ali um pão com mortadela. De sobremesa, mimosa. Terminamos a fruta, deixamos as cascas na mesa e a natureza nos brindou com uma bela imagem: uma borboleta pousou numa das cascas e começou a sugar-lhe o suquinho... O inseto ficou ali uns dez minutos concentrado na sua tarefa e eu maravilhado com aquela visão no fim de uma tarde de domingo nos Campos Gerais.  

O Parque Estadual do Guartelá é um paraíso. O difícil é chegar lá.                       

2 comentários:

  1. Dalton, que privilégio, hein, poder fazer essas "aventuras" uma vez ou outra... O Guartelá, como você bem expôs, é uma escolha de passeio fantástico. E a poeira nada mais é que um contraste, um inofensivo ritual, que faz parte do pacote a que faz jus o visitante. Na rota dos tesouros, segundo consta as lendas, KKK, sempre haverá algum obstáculo ou trastorno...

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  2. Parabéns Dalto! Eu sempre quis fazer esse passeio. Está na minha lista do que fazer depois da pandemia. Seu texto deu ainda mais vontade de conhecer o Parque Guartelá. Uma narrativa com gostinho de aventura e a sua sensibilidade de mostrar a beleza nas pequenas coisas. Abraços

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