Texto de autoria de Aline Sviatowski, estudante, Ponta Grossa.
Lida na CBN Ponta Grossa em 08/10/2020, postada no Portal aRede em 28/10/2020, exibida na TV Educativa em 27/01/22.
O palhaço é uma
caricatura, quiçá um esboço, do que seria o mundo se você sorrisse de si. Todos
os pais são um fluxo entre heróis e vilões: são humanos. E meu pai é, ainda, um
incansável construtor de sorrisos. Há quem o intitule “palhaço”.
Todos os pais trazem
ensinamentos. O meu me ensinou a passear de carro após a aula da faculdade à
noite, perto do cemitério São João Batista, em Uvaranas, e fazer careta com uma
lanterna embaixo do queixo para assustar os pedestres; ensinou-me a jogar grama
pela janela das pessoas que tomam banho de janela aberta, a cantar livremente e
bem alto sem saber a letra; a ouvir Beatles do jeito certo – porque há o jeito
errado; a admirar os campos que abraçam a cidade; a dançar sem julgamentos; e a
“caçar” trilobitas como forma de reviver a História.
O palhaço encontra o
humor no ridículo, acha graça na tristeza, vê beleza no trágico. Assim é a
pessoa que, usando um pijama de hospital no longo corredor do bisturi, pediu-me
para tirar uma foto sua fingindo que estava prestes a disputar a sua prova
preferida: cem metros rasos. A vida é maratona, pai. Só os mais tolos ganham.
Os que riem de si mesmos pela própria comicidade de existir. E não há maiores
ensinamentos do que rir da condição humana, do que não viver a opinião alheia.
Entre o passado e o futuro – os pais. Entre a tragédia e a comédia – o meu.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA remoção do comentário se deu em função da duplicação do mesmo.
ExcluirAcabei enviando duas vezes de tanto que me emocionei com a crônica.
Fica valendo o que está logo abaixo, mas, posso duplicar os PARABÉNS!
At.te
Marlene Castanho
ResponderExcluirAline, o seu texto vem nutrido de graça, leveza e atitude... Uma fórmula admirável para administrarmos o nosso presente... E,convenhamos, uma bela homenagem para os pais... parabéns!
Olá Aline,
ResponderExcluirLinda sua crônica, cheguei a me ver "representado", pois meu pai também o é assim "meio palhação" - faz a gente rir com facilidade.
Parabéns pela sua sensibilidade!
At.te
Aline, seu texto prima pela originalidade e as brincadeiras do seu pai também. É certo que rir é o melhor remédio. De ser sisuda já basta a vida. Parabéns!
ResponderExcluirQue linda história! Emocionante!
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