Texto de autoria de Sílvia Maria Derbli Schafranski, advogada e Mestre em Ciências Sociais pela UEPG, residente em Ponta Grossa.
No coração do Bairro de Oficinas, onde as ruas
estreitas se entrelaçam como veias pulsantes, há uma sinfonia peculiar que
embala os dias e o fim das tardes: o riso contagiante das crianças que
diariamente adentram os colégios, inundando o ambiente com uma energia única,
irreverente e cheia de vida.
Naquele típico dia de escola, sob o sol escaldante que teimava
em derreter as calçadas, adentrei na multidão de mães ansiosas que aguardavam
na fila pela saída dos filhos. Enquanto me posicionava na espera interminável,
não pude evitar um pensamento inquietante: quantas filas teria ainda que
enfrentar por meus filhos ao longo da vida?
Mas então, como uma epifania, veio-me à mente algo divino, algo
que transcende todas as filas dos filhos: a sensação indescritível que todas as
mães experimentam ao conhecer seus filhos pela primeira vez. Aquela ansiedade
misturada com felicidade inigualável, que ecoa além do tempo e das
circunstâncias.
Ah, recordar daquela sensação indescritível que inundou meu ser
na chegada do meu filho à Santa Casa de Misericórdia em Ponta Grossa, é como
reviver um daqueles momentos que se perpetuam na memória como uma obra-prima da
vida. Trago em mente vívidos flashes da competente médica obstetra Ana Paula
Ditzel, cujo jargão ressoa nos corredores do hospital: "só crianças lindas
nascem com ela". E ao lado dela, o fabuloso pediatra Dr. Adalberto
Baldanzi, cuja dedicação e cuidado eram como um bálsamo para a alma aflita dos
pais.
Foi ali, naquele santuário de vida e esperança, que testemunhei
o milagre do nascimento, onde a dor se transforma em êxtase, o medo em coragem,
e a incerteza em fé inigualável. Sob o olhar atento e carinhoso da equipe
médica, meu filho veio ao mundo, envolto em um manto de amor e cuidado que
apenas mãos tão habilidosas poderiam proporcionar.
E naquela fila infernal eu compreendi, que não importa como os
filhos cheguem até suas mães, se por vias naturais ou adotivas, se com lágrimas
ou sorrisos, o que importa é aquele momento de encontro, aquele instante mágico
em que mãe e filho se reconhecem e se fundem em um vínculo eterno.
É como se cada reencontro fosse um eco daquele primeiro momento,
uma ressonância daquele amor incondicional que transcende o tempo e o espaço. E
é essa certeza, esse sentimento indomável que guia cada mãe através das
inúmeras filas dos seus filhos e desafios que a vida lhes impõe.
Lindo e emocionante texto. Parabéns, Silvia.
ResponderExcluirParabéns pelo texto emocionante. Palavras que tocam profundamente o coração. Obrigado por compartilhar
ResponderExcluirEu não tiraria uma vírgula sequer dessa narrativa perfeita do primeiro contato visual da mãe e seu filho. Mesmo os dois tendo estado em contato por 9 meses, nada supera essa ligação plena do amor com seu bem amado. Parabéns!!! Emocionou.
ResponderExcluirPARABÉNS por nos proporcionar mais uma Obra Prima, recheada de muita emoção que nos levam a refletir com mais ênfase e profundidade sobre quantas “filas” os pais enfrentam por seus filhos amados, por toda vida é claro, pois este amor é infinito.
ResponderExcluirUma bela e emocionante crônica!!!!
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