Texto de autoria de Jeferson do Nascimento Machado, professor da rede pública, historiador, residente em São João do Triunfo.
Estávamos em 2020 quando a pandemia
passou a assolar os brasileiros. Todos tivemos que nos adaptar à nova e trágica
realidade… e foi assim que passamos para aquele novo jeito de viver e
trabalhar… ah, e os professores não ficaram fora disso.
Escolas fechadas: trabalho homeoffice, Classroom, Google Meet, gameficação, etc. Para a maioria,
palavras novas, mas não só isso: uma verdadeira reviravolta na maneira de
ensinar. Os professores mais jovens adaptaram-se mais rapidamente; porém os que
já tinham longa estrada, tendo como ferramentas de ensino o conhecimento,
livros e giz, sofreram ainda mais.
Muitos sequer tinham computador.
Aqueles que tinham, a internet era
extremamente ruim, oscilando a todo momento. Agora, reflita sobre o ponto de
vista dos estudantes, a maioria pobre, sem tecnologia alguma. Muitos tiveram
que estudar por apostilas, sem mediação dos professores… isso, para o professor,
se resumia em uma dupla jornada: aulas remotas e apostilas.
E assim foi, neste cenário, que nosso
protagonista teve que lidar. Viu-se diante de um complexo desafio. Ficou ante
um mar de programas e aplicativos de que nunca tinha ouvido falar antes. E os
estudantes? Ah, que teste de paciência. Alguns simplesmente desapareciam das
aulas virtuais, outros ativavam o modo "mudo" e dormiam… pior, outros
compartilhavam memes na Meet do
professor.
Mas nosso professor era persistente.
Logo criou um grupo no WhatsApp para
sua classe. E ali compartilhava piadas e memes para aliviar. Ah, e não é que
funcionou? Os alunos começaram a interagir mais durante as aulas…
Mas vou te contar, a maior
dificuldade do professor eram as aulas remotas. Ele ficava ali, olhando para a
câmera, parecendo um ator da novela das oito. Ele tentava ser o mais natural,
entretanto sempre apertava algum botão errado… ah, e os alunos riam. Parecia
que tinha voltado à infância e estava conhecendo um brinquedo novo.
Mas o tempo passou e ele foi pegando
o jeito. Logo já compartilhava tela, usava a lousa virtual e… até mesmo
aprendeu a desativar o som dos alunos que insistiam em falar ao mesmo tempo. E
foi assim que o professor se tornou um "ninja" da tecnologia.
Porém, a verdade seja dita: apesar de
todo o esforço, nosso professor ainda teve que trabalhar mais e continuar
ganhando pouco. Mas ele nunca perdeu a alegria e a disposição de ensinar. Essa
pandemia nos ensinou que, mesmo em momentos de dificuldade, podemos nos adaptar
e superar os obstáculos, desde que tenhamos um pouco de paciência.
Parabéns pelo texto e pela persistência e alegria de ensinar, mesmo com o desânimo de um cenário de pandemia e acúmulo de métodos e desafios. Louvo os professores, especialmente os da rede pública, pois se há dificuldades para todos, mais ainda as dificuldades rondaram e rondam a rede pública. Acompanhei bem de perto essa saga, pois sou esposa de um professor da rede pública.
ResponderExcluirMuito obrigado! Realmente, nas escolas públicas a dificuldade é ainda maior. E agora a saga é presencial.
ExcluirImagino como seria se eu estivesse na ativa. Uma tortura, com certeza, até "pegar o jeito" como você diz. Parabéns, Jefferson!
ResponderExcluirMuito obrigado!
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