Texto de autoria de Márcia Derbli Schafranski, professora universitária aposentada, Especialista e Mestre em Educação pela UEPG e Suficiente Investigadora pela Universidade de Extremadura, na Espanha, residente em Ponta Grossa.
Outro
dia, conversando com um dos meus filhos, ele perguntou-me como havia sido minha
vida, nos idos tempos da minha infância e juventude.
Essa
pergunta reportou-me ao passado distante, quando inúmeras recordações assolaram
a minha mente. Nascida em Ponta Grossa, estudei inicialmente no extinto Colégio
Anchieta e, posteriormente, cursei o Ginásio e a Escola Normal no Colégio Santana.
Minha
infância e juventude foram tranquilas, e creio que o nível de interação da
minha geração com os adultos e as crianças era bem mais próximo. Conhecíamos e
tínhamos amizade com todos os vizinhos, brincávamos na frente das nossas casas,
jogávamos bola, pulávamos amarelinha, e, por vezes, fazíamos piquenique na
escada de pedras até hoje existente na Rua Padre Ildefonso.
Ao
crescermos, aos domingos, o programa era participar da missa das 10 horas na antiga
Igreja Catedral e, depois, fazermos footing na Avenida Vicente Machado.
Tenho
saudades dos almoços dominicais em família, nos quais conversávamos sobre
trivialidades e assuntos diversos, e, posteriormente, nos preparávamos para ir
à sessão das 19h30 no Cine Ópera, para assistir filminhos românticos. Lembro-me
também dos saudosos carnavais do Clube Ponta-Grossense, onde as famílias, com
muita alegria, reuniam-se para brincar ao som das antigas marchinhas como “Mamãe
eu quero”, “Ó abre alas”, “Máscara Negra” e tantas outras.
Em
1968, ingressei no Ensino Superior, tendo-me formado em Pedagogia, pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa, em 1971. Dois anos mais tarde, casei-me.
Foi no dia 8 de dezembro de 1973, sendo que, nessa mesma data, casaram-se as
queridas amigas Maria Hercilia Piazetta e Isa Carvalho, recentemente falecida.
Hoje, ao olhar para trás, vejo que a antiga Catedral, onde me casei, já não
existe, e que o lugar onde foi feita a minha festa de casamento, ou seja, a
sede social do antigo Clube da Lagoa, também foi descaracterizada.
Indagada
por meu filho em que hospital ele e seus irmãos nasceram, respondi: na
Maternidade Santana. E onde ela fica? Respondi: ela também serve a outros
propósitos.
Meu
filho então exclamou: “Que pena! E você não fica triste ao perder parte das
suas referências?” Respondi, então, com lágrimas nos olhos: “Embora, alguns
desses lugares já não existam, as melhores lembranças não se encontram em
lugares, fotos ou em coisas materiais, mas vivem para sempre em nossas memórias
e são gravadas eternamente, em nossos corações”.
Lindo! Viajei nas minhas memórias, muito próximas das suas!
ResponderExcluirPerdemos algumas referências, mas construímos outras. Belo texto.
ResponderExcluirQuerida irmã do coração, adorei tua crônica e fiquei agradecida por me levar junto com você nessa caminhada pela vida!!!
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