Texto de autoria de Nery Aparecido Assunção, escritor, historiador, funcionário da Prefeitura de Tibagi, diretor do Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior.
Publicada no Correio Carambeiense em 07/08/2021, postada no Portal aRede em 25/08/2021.
Quando escrevi essa crônica “Nho
Orico" ainda era vivo.
Saindo logo de
manhã, pelas ruas de Tibagi, segue em direção à rodoviária, com os braços
cruzados para trás, estilo e pose de nobre, caminha lentamente, a figura
folclórica do Nhô Orico. Chega à rodoviária, olha a saída dos ônibus, observa
as pessoas que desembarcam e, lentamente, senta-se em um banco da rodoviária,
olha os passageiros que descem do ônibus.
Em época
outrora, Nhô Orico ajudava a levar as bagagens dos tibagianos que chegavam de
viagens. O que passa pela sua cabeça?
O que pensa ao
olhar a transformação dos tempos balançando sua perna no banquinho?
Na quietude do
tempo, levanta-se e segue caminhando pela rua Almeida Taques, olhando
cuidadosamente ao cruzar as travessas. Na escuta de um barulho de automóvel ele
toma cuidado e após não haver mais perigo atravessa a rua.
Chegando à
Praça Matriz, olha o movimento, pessoas o cumprimentam. Responde ele bom dia ou
“bueno”. Para pessoas que estima, ele pede “bença madrinha” e beija a mão da
protetora. Chega à padaria do senhor Nivan, toma um café, se alimenta de um
sanduíche, sempre oferecidos por algum cidadão que o estima. Sempre agradece
dizendo “Deus que Ajude”, fica por alguns minutos e sai da padaria, cumprimenta
os taxistas.
Aproxima-se da
agência bancária, olha o movimento da porta giratória.
Atravessa a
rua, lembra-se do seu quadro pintado pela artista Margarida que ficava em
exposição no antigo banco, nos dias de hoje em exposição no Museu Histórico.
Ao passar em
frente à Igreja Matriz olha e faz seu agradecimento católico e segue em direção
do Museu. Lentamente ele sobe a escada e sorrateiramente se aproxima, fica por
alguns minutos olhando algumas fotografias, Nhô Orico reconhecia as pessoas nas
fotos usando esse termo: “Ah! Eu me lembro sim”.
Sai do museu
com destino à lanchonete Varandão, ao cruzar com as pessoas, algumas lhe
perguntam: e o Palmeiras, Nhô Orico? Solta ele uma gargalhada. Senta-se em um
banco em frente à biblioteca por alguns minutos. Levanta-se e segue em direção à
lanchonete, olha o movimento, passa silenciosamente a murmurar: “eu já chego
lá”. Logo chega ao seu destino, a lanchonete Varandão, senta-se em uma cadeira,
olha alguns lances na televisão, por ali faz a refeição, tira um cochilo
momentâneo. Logo em seguida retira-se e volta para casa. Saudoso Nhô Orico
deixou saudade! Doador de sangue, salvou diversas vidas, cidadão Benemérito de
Tibagi – seu nome era Eurico Pastorino Ribeiro Taques.
Parabéns 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
ResponderExcluirMaravilha saber que a memoria do meu saudoso tio nao sera esquecida .
ResponderExcluirAgradeco com grande e enorme carinho pela sua nobre atitude.
Obrigada Neri!!!
Me emociona a cada vez que eu leio
♡.
Parabéns,Nery! Bonita homenagem...
ResponderExcluirParabéns linda homenagem
ResponderExcluirParabéns! Nery. Ótima lembrança de Tibagi. um homem que de forma simples deixou como legado ser um doado de sangue e seu amor pelas pessoas.
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