segunda-feira, 16 de maio de 2022

Tampinhas no Júlio Teodorico

Texto de autoria de Mário Francisco Oberst Pavelec, técnico em agropecuária, residente em Ponta Grossa.

Postada no Portal aRede em 25/05/2022, no Blog da Mareli Martins em 27/05/2022, no Portal D'Ponta News em 28/05/2022 e no Portal CulturAção em 05/07/2022, lida na Rádio Clube em 27/05/2022.

Quem frequentou o Colégio Estadual Júlio Teodorico, na década de 1970, deve lembrar de como eram as instalações, a distribuição dos blocos, o grande pátio de paralelepípedo no centro, onde semanalmente entoávamos o hino nacional ao hastear das bandeiras.

Também deve lembrar da cantina, onde era servida, uma vez por semana, uma pizza, feita lá mesmo, maravilhosa e ímpar. Eu juntava a mesada para poder comprá-la. Sim, na época havia a venda de doces, guloseimas e refrigerantes dentro da escola.

Lembro-me ainda de jogar “caranguejobol” naquele pátio irregular, sob o sol das 11 da manhã, como aula de educação física. Chutávamos uma bola enorme e leve, com as mãos e pés no chão, mas de costas para o mesmo, como se fôssemos um caranguejo. A prática de esportes nunca foi meu forte, principalmente aquele tipo de jogo.

Mas, havia um tipo de esporte em que eu era bem cotado: futebol de tampinha. Havia uma calha que acabava bem no nível do piso de paralelepípedo no canto dos fundos do prédio próximo à rua Barão do Cerro Azul. Ali, desenhávamos com giz algumas marcações, desenvolvíamos nossas regras e, com as tampinhas dos refrigerantes consumidos no recreio, jogávamos em dupla, tentando acertar a boca da calha com a tampinha, como se fosse uma goleira.

Cada partida era resumida em que marca primeiro, ganha. Perdeu, saiu. Um chute para cada. Essas regras básicas tornavam o jogo deveras emocionante, pois, se não acertássemos o gol, não podíamos deixar fácil para o adversário. Em um intervalo de 15 minutos de recreio, jogávamos diversas partidas.

Aquela boca de calha era um dos espaços mais disputados pelos meninos em todo o pátio do Júlio Teodorico. Quando raramente podíamos sair um pouco antes, íamos direto para lá, disputar alguns pontos.

Muito aprendi neste colégio, pois foi parte de minha alfabetização e o início do chamado ginásio. Depois fui estudar em Palmeira, mas nunca mais tive um espaço para este jogo de tampinha na boca da calha. Realmente, a infância é a melhor fase de nossas vidas!

 

4 comentários:

  1. O Julio Teodorico foi palco de muitas histórias. Cada aluno poderia contar uma história diferente vivida lá. Eu lembro de tudo o que você relatou menos da dita calha. Fui aluna nos anos 60 e talvez ainda não existisse. Muito boa a sua crônica, Mário! Parabéns!

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  2. Esse jogo merece ser declarado patrimônio cultural exclusivo do Colégio Júlio Teodorico. Nunca tinha ouvido falar em futebol de tampinhas na boca da calha! Parabéns pela lembrança e pelo texto!

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  3. Já eu lá pelos 1970 jogava futebol de tampinha no Regente. Um de cada lado do corredor lisinho porque de cerâmica encerada. Um belo dia o inspetor Roberto, ex-jogador do Fantasma, nos pegou no flagra e acabei suspenso acho que por um dia. Para mim, quietão e excelente aluno, foi difícil explicar em casa o que tinha acontecido.
    Essas coisas a gente nunca esquece.

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